13.11.02

O ACORDO COM O FMI

Técnicos do FMI - Fundo Monetário Internacional, estão no Brasil para revisão do acordo recentemente firmado pelo governo. Todos se recordam que no momento mais agudo no que se refere ao fechamento das contas externas, o Brasil pediu socorro ao Fundo.
Foi atendido com US$ 30 bilhões. Sacou US$ 3 bilhões e até o final do ano serão sacados outros US$ 3 bilhões. O restante US$ 24 bilhões fica condicionado ao cumprimento de algumas metas.
As principais metas são: superávit primário (receita menos despesa do governo exceto juros) de R$ 31,4 bilhoes em junho de 2003; dívida pública líquida de R$ 825 bilhões em 2003; meta de inflação entre 3 e 8% ao ano; reservas líquidas de US$ 5 bilhões.
Observem que essas metas retiram o poder de fogo de o Governo ser o fomentador da expansão da economia. Segurar mais de R$ 31 bilhões (superávit primário) indica ser seletivo nos gastos, adiando inúmeros investimentos. Mas não vejo outra saída. A armadilha das contas externas nos coloca nessa dependência. Com déficit em conta corrente (apesar de superávit comercial) e sem o fluxo normal via balança de capitais, ou torramos reservas, ou utilizamos empréstimos de regularização do FMI.
Esse ano a coisa foi muito complicada dada à desconfiança dos investidores estrangeiros. Além de não a
trairmos os recursos, ainda tivemos a sangria da saída de recursos.O próximo se apresenta como "mais tranqüilo" nas contas externas. O superávit comercial, combinado com a retomada
da confiança (é isso que o mercado sinaliza neste momento) poderá permitir o fechamento do balanço de pagamentos sem maiores traumas. Se isso ocorrer poderemos começar a pensar em atrair o
capital estrangeiro pagando menos juros. Juros menores, havendo controle da oferta de produtos, pode expandir a produção, e, segurando a inflação (dólar mais calmo, entre outras coisas), podemos inaugurar um ciclo virtuoso. Cenário otimista, mas possível (não para o ano que vem, mas nos próximos anos). Quem sabe?

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