AS LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO
Através do software, o homem se comunica com o computador.
Eis uma das grandes conquistas do homem: o progresso que vem imprimindo a capacidade de se comunicar com a máquina. Hoje, já atingimos o estágio das linguagens muito evoluídas. Mas, afinal, o que é uma linguagem de programação?
Linguagem de programação é um conjunto de termos (vocabulário) e de regras (sintaxe) que permitem a formulação de instruções a um computador.
No início, foi exatamente difícil passar um programa a uma máquina porque não se concebera um meio de controlar uma barreira presente em qualquer computador: a sua limitação de só reconhecer "instruções" colocada em sua memória sob a forma de dígitos binários. Assim, ao programar em linguagem de máquina, no seu nível isto é, usava apenas zeros (0) e uns (1).
É fácil imaginar como era a elaboração de programas utilizando-se essa linguagem de máquina ou linguagem absoluta. Segue-se, a titulo de ilustração, um trecho de 4 linhas de um desses programas. Qualquer "programinha" sob essa técnica comporta milhares de linhas como estas!...
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Isso, portanto, nunca teve aplicação prática. Já no tempo da comercialização dos primeiros computadores, havia linguagens muito mais racionais...
O primeiro passo de caminhada deu-se com a concepção das linguagens assembler (montadoras), que utilizam códigos mnemônicos e que têm, ainda hoje, aplicação especifica, sendo do domínio dos programadores mais experientes.
ASSEMBLY Linguagem Assembly é uma linguagem orientada para máquina, cujas informações têm geralmente uma correspondência de um para um com as instruções de máquina, e que pode permitir facilidades tais como o uso de macroinstruções. Para ser executada pelo computador, necessita passar pela fase de montagem (assembler) através de um montador (Assembler, Assembler Program), que traduz suas instruções para instruções de máquina executáveis pelo computador.
Como dito anteriormente, as linguagens com características mais práticas datam do advento dos primeiros computadores eletrônicos.
Os computadores de 1ª geração eram programados em linguagem de máquina ou mesmo em códigos assembler, como o EMAC (Universidade da Pensylvania) e o EDSAC (Universidade de Cambridge).
Aqueles que nas universidades pesquisavam os computadores foram para a indústria e produziram então computadores em escala comercial, como por exemplo, o UNIVAC 1 e o 701 da IBM. O aparecimento das linguagens flowmatic para o UNIVAC e do Speedcore, para o IBM 701, foi o primeiro passo para que as linguagens de programação fossem criadas.
No afã de aproximar mais a linguagem "inteligível" pelo computador da que é efetivamente utilizada pelo homem no trato de seus problemas, foram criadas as linguagens de programação de alto nível.
Hoje existem algumas milhares de linguagens de computação.
Esse número, sempre crescente, resulta da contínua evolução técnica e, também, da necessidade permanente de criação de linguagens voltadas a determinados assuntos, a cujos problemas elas se apliquem por excelência ou com exclusividade.
A seguir, caracterizamos, sumariamente, algumas dessas linguagens.
ADA. Criada pela Honeywell Bull em 1975 para o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, voltada para equipamentos com processadores múltiplos e grandes recursos de memória; é estruturada, aceita entrada e saída por múltiplos dispositivos e permite a execução de tarefas com controle de erros. Seu nome é homenagem àquela considerada a primeira programadora: Augusta Ada Byron, condessa de Lovelace.
ALGOL (Algorithmic Oriented Language). Voltada à expressão de algoritmos, portanto de característica científica. E pouco difundida em face do alto custo do compilador que requer.
APL (A Programming Language). Destinada a terminais com aplicações interativas; muito própria para operar com vetores, matrizes e funções matemáticas.
BASIC.Criada por Thomas Kurtz e John Kemery, os EUA, em 1965, à base de um repertório de instruções simples e poderosas, com capacidade de grande desenvoltura, inclusive no trato de funções matemáticas. Logo tomou-se a linguagem de programação mais popular do mundo, sendo compatível (com pequenas variantes de versões) com a maioria dos microcomputadores lançados em qualquer pais do mundo, ao tempo em que eles se popularizavam. Inicialmente não estruturado, não dava margem a uma programação comercialmente viável. Aprimorou-se, estruturando-se mais tarde, mas, ainda assim, mesmo em versão Turbo Basic (Borland) não conseguiu se sobressair. Já sua apresentação orientada a eventos, o Visual Basic, devolveu-lhe a popularidade.
CLIPPER. Voltada á gerência de arquivos em microcomputadores , e a continuação da família dBase, da qual surgiu como a versão compilada e evoluída. O dBase foi o gerenciador de arquivos que mais se popularizou a partir da versão dBase II lançada em 1981 para os micros CP/M de 8 bits e para os PCs de 16 bits. A versão dBase IV inclui um SQL (Structured Query Language) para consultas a bancos de dados.
C. Linguagem estruturada, criada como evolução da linguagem B (nos laboratórios Bell, EUA, 1972) que se constitui em ótima ferramenta para codificação de software básico. Foi idealizada por Dennis Ritchie, quando se dedicava ao trato do sistema operacional UNIX, com vistas a facilitar o trabalho de programadores experientes. Por ser uma linguagem estruturada, facilita programações de qualquer nível de complexidade, desde as que envolvem pequenos cálculos aritméticos até as voltadas ao desenvolvimento de complexos sistemas operacionais. Vem-se popularizando em virtude de ser modular, muito regular e de fácil utilização, apesar de poder ser considerada uma linguagem de baixo nível. Nesse último aspecto, é dotada de uma característica importante: permite um elevado grau de eficiência sem, no entanto, exigir que o programador se preocupe com a arquitetura de equipamento. Sua versão avançada é o C++, que é uma linguagem de programação orientada a objetos, isto é, os programas são compostos por módulos (objetos) auto-suficientes.
COBOL (Commom Business Oriented Language). Resultado de um esforço para estabelecer uma linguagem padrão de programação no processamento comercial, usuários e fabricantes de computadores (CODASYL) lançaram a sua primeira versão em agosto de 1961. A fim de se ajustar às peculiaridades de cada tempo, algumas diferenças têm sido criadas sem que, como isso, se cause qualquer prejuízo à estrutura básica da linguagem. Também algumas novas potencialidades vêm sendo introduzidas, originando sucessivas versões, tendo as mais recentes incorporado os preceitos da programação estruturada e da programação orientada a objetos.
FORTRAN (FORmula TRANslation). Desenvolvida na década de 50, pela IBM, com objetivo de atender às necessidades de tratamento de cálculos sobre fórmulas matemáticas, foi, durante muito tempo, uma linguagem de elevada importância. Cedeu lugar a linguagens mais simples e estruturadas.
LISP. Voltada prioritariamente á tradução e a documentação automática de textos. Foi desenvolvida no inicio da década de 60, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), por John MacCarthy, como ferramenta para estudo da inteligência artificial e simulação do pensamento. Foi utilizada na implementação de alguns softwares de apoio.
LOGO. Especificamente desenvolvida para o meio educacional, foi inicialmente usada em grandes computadores; em seguida, foi implementada em microcomputadores. Presta-se, prioritariamente, para introduzir o computador como instrumento de desenvolvimento intelectual, desde a pré-escola até o ensino universitário. Foi desenvolvida no MIT, com recursos de LISP, no final da década de 60, pelo prof. Peymour Papert.
MUNPS (Massachusetts General Hospital Utility Multi-Programming System). Mais do que uma linguagem, trata-se de um sistema de programação completo, que facilita o trato de dados através da manipulação de símbolos. A linguagem é sucinta, presta-se a computadores pequenos, inclusive microcomputadores. Seu gerenciador de bancos de dados tem estrutura hierárquica de dados, conhecida como árvore balanceada. Dispondo dessa facilidade, o programador só tem que estabelecer a estrutura de dados. A alocação física fica sob a responsabilidade do sistema, o que facilita o trabalho e economiza memória.
NATURAL. Linguagem estruturada, voltada à exploração de bancos de dados, podendo ser interpretada ou compilada.
PASCAL. Desenvolvida em Zurique em 1971, por Nicklaus Whirth. É estruturada e de uso geral: aplicações comerciais e científicas. Devido a características de recursividade, facilidade de estruturação de algoritmos e liberdade de formas de EIS, além de incorporação de técnicas de programação estruturada, o PASCAL substituiu o FORTRAN nas universidades e nas aplicações científicas. Sua versão interpretada é mais difundida do que a versão compilada, por requerer menor espaço de memória e ser compatível com qualquer microcomputador.
PL1 (Programming Language One). Representou, em certa época, o esforço da IBM no sentido de propiciar uma linguagem orientada a problemas de qualquer natureza, a partir dos recursos do ALGOL, do FORTRAN e do COBOL.
SNOBOL (StriNg - Oriented symbOLic language). Foi, por algum tempo, a linguagem mais utilizada na criação de compiladores e editores de textos. Voltada ao processamento de cadeias de caracteres e de expressões matemáticas.
VISUAL BASIC. Linguagem orientada a eventos, nascida do BASIC, face ao aparecimento da programação orientada a objetos. Projetada para funcionar sob interfaces gráficas (GUI — Graphical User Interfaces), permite que o programador, com facilidade, determine como objetos determinados por ícones deverão funcionar e interagir objetivando as aplicações que deseja.
3.5.03
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