12.7.03

Personagens

Algumas vezes eu encontro pessoas que ao invés de viverem a vida real, interpretam personagens. Na verdade isto não é uma coisa incomum no ser humano, pois sempre representamos algum tipo de personagem vez ou outra. Por exemplo: o que é que caracteriza nossa personalidade? Na verdade desde a nossa infância nós procuramos um papel que possamos interpretar com mais eficácia nos palcos dos grupos socias aos quais frequentamos e quando encontramos a interpretação que nos dá mais sucesso nas críticas nós a incorporamos ela à nossa personalidade. O ruim de tudo isto é quando deixamos de ser nós mesmos para ser o papel que nos consagrou. Quantas e quantas pessoas estão estigmatizadas por seus papéis interpretados na vida? Quantas querem ser reconhecidas por estes papéis e não por sua própria natureza? Vivenciar um papel 24 horas por dia requer gasto de figurino, cenário apropriado, maquiagem, atores coadjuvantes e um tremendo gasto e desgaste de dinheiro e tempo para aprimorar cada vez mais um personagem que com o tempo perderá popularidade, pois o que fez sucesso hoje deixará de fazer sucesso amanhã. Tanto a natureza material, quanto a natureza mental estão sujeitas às mudanças impostas pelas forças modeladoras do tempo, do espaço e da vida. Qualquer pessoa que tentar deter e reter as mudanças impostas pelas forças da natureza está fadado a ser uma pessoa frustrada na vida. Procure ser o que você é e esqueça esse absurdo de representar personagens, se deixe levar pela maré das mudanças do corpo e da mente, mas não deixe de ser você mesmo. Não perca tempo com tolices, lembre-se bem que envelhecer é inevitável, mas amadurecer é opcional.

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